terça-feira, 18 de novembro de 2008

TECNOBREGA


TECNOBREGA DE BELÉM-PARÁ.

Incorpora-se à recente cena musical de Belém do Pará e um gênero produzido é tocado, dançado predominantemente em espaços da periferia urbana por grupos que compartilham um estilo de vida refletido na maneira de se vestirem, em códigos verbais e corporais, nos gostos musicais e noutras formas de sociabilidades.
Trata-se do tecnobrega, caracterizado por agregar pulso veloz, recursos da technomusic e manipulação de ritmos utilizando softwares da internet. Consiste, a princípio, na “modernização” do brega-calypso, este por sua vez produzido através de fontes acústicas e eletrônicas, e identificado por “produtores” e “compositores” locais (categorias nativas para identificar diferentes papéis na criação musical) como resultado da mistura entre músicas caribenhas e guitarra elétrica.
O tecnobrega como o brega, que se estabeleceu na década de 1960 em cidades como Goiânia, Recife e Belém – transparece uma condição de distinção social, em que ser “brega” significa possuir “mau gosto” estético. Em contrapartida, diferentes atores envolvidos no circuito produtivo do tecnobrega preocupam-se em legitimá-lo, diante daqueles que vêem nele “feiúra” e “cafonice”, e também deles próprios, que amargam esta condição. Na esfera da produção musical, a noção de “estigma” ganha status de ação de resistência, através de escolhas estéticas que amalgamam numa mesma música sonoridades legitimadas localmente e um espírito cosmopolita favorecedor da abertura de canais para experiências culturais globais. Sob a perspectiva da legitimação e observando a relação cosmopolitismo, regionalismo e busco compreender a teoria nativa que emoldura as apropriações estilísticas no tecnobrega a partir de parâmetros e recursos musicais como timbres, ritmos, mixagem e sampling.

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